Vemos o tempo passar
pela janela deste trem que desliza
pelos sombrios túneis da noite
e nos arrasta, à deriva,
num turbilhão de sobressaltos e sensações
Nesta viagem sem retorno
rumando a desconhecidas paragens
somos meros passageiros,
anónimos figurantes de um sonho
que se reinventa em cada estação
e se transmuta a cada nova paisagem
Nesta viagem dentro da escuridão,
rumo a um terminal distante,
não é o tempo que passa por nós,
somos nós que o atravessamos.