Depois de perder alguém
A quem muito amava
Percebi que minha dor
Era diferente das dores dos outros
Mas, ainda assim era dor
A minha dor
E doía tanto que dilacerava a alma
Sangrava o coração
Vazava pelos olhos
Era tão intensa
Tão imensa
Tão infinita
Que não cabia no peito
Nem no mundo
Nem no vazio que havia ficado
Era tanta a minha dor
Que não cabia em mim
Por isso escorria pelos dedos
Transformando-se em palavras
Frias, sombrias... poesia...
(Ao meu irmão Lee que tanta falta faz)