Barquinhos de papel
A chuva parava à tarde e um vento frio
Batia do sul e a calçada toda enxugava
Mas na rua, antes que chegasse o estio
A enxurrada bem forte por aí passava
Fazia três ou quatro barcos pequeninos
De folhas de papel nas cores de cristais
E os soltava na enxurrada, sem destinos
Sumiam e eu não conseguia vê-los mais
Hoje me recordo deste tempo de ilusão
Onde para tudo eu tinha uma solução
Mas este tempo não voltará nunca mais
No lugar do barquinho, pego a lotação
Enfrento o engarrafamento e a poluição
Por que a minha ilusão ficou para atrás.
Jmd/Maringá, 23.04.10
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