Na minha adolescência
Passei algum tempo na casa de um parente,
Um produtor de cana e derivados,
Que morava à margem do Rio Uruguai.
Na família existia uma jovem
Morena, da cor da cana java
Bronzeada pelo sol, com quem tive
Um romance platônico e oculto...
Certa vez fui encarregado
Para tansportar de canôa,
Ela e sua tia Amália
Para o outro lado do rio,
Aonde haveria uma festa de batizado.
Já no meio do rio, a jovem
A pretexto de apanhar um presente
Coloda na popa, caminhou na minha direção
E, fingindo, desiquilibrar-se,
Para não cair abraçou-se em mim,
Quando pude perceber a solidez do seu corpo
E sentir um perfume de flores sivestres...
Tempos depois chegou o momento
De eu ir embora...
Somente ela tinha lágrimas nos olhos...
Montei no cavalo e comecei a subida da serra.
Do topo do morro olhei para trás
E lá de baixo um vento sussurou
Aos meus ouvidos:
Acabou-se não há mais
Quem me amava com firmeza
Cobriu-se os campos de luta
E meu coração de tristeza.
E lá ficou o vale verdejante
E o Rio Uruguai serpenteando
Para fixar-se em nossa mente
Num ponto de saudades...
Quem me amava com firmeza