PEIXES
Autor: Carlos Henrique Rangel
O rio da minha Terra
Não é o Tejo...
É um rio comum
Das cidades grandes.
Um rio sem peixe.
Peixes teve...
Eu acho...
Nunca vi...
Mas vejo outras coisas.
Coisas de homens:
Sacos, bonecas, sofás
E bichos...
Sim, já vi bichos no rio...
Grandes urubus e ratos.
E cães... Mortos
Boiando como barcos.
Mas não há barcos...
Nem peixes...
Lata de peixes já vi...
Mas não vi peixes...
O rio da minha terra
Às vezes se esconde
Em túneis de homens
E aparece sempre
Mais rico de coisas
De homens...
Restos de Homens...
Não há peixes
No rio da minha Terra....
Minto:
Ontem joguei
Peixes coloridos
Em suas águas...
Peixes de papel...
SOLIDÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Por quê?
Sou sua companhia...
Sem mim
Que será de ti?
Com quem lamentará Suas dores?
Quem te enxugará as lágrimas?
Quem te acalentará o sono?
Sou sua amiga/salvação
Sua sina
Sua companhia
Sua maldição...
Da Gazela
Autor: Carlos Henrique Rangel
Aqueles
Pés sobre a areia
Como gazela
Em terreno conhecido...
O Mar te sabe
E te acaricia...
E te chama de minha...
Esse poema
Em folha macia
Não tem palavras
É pura POESIA.