Luso-Poemas
 
Poemas : 

[arrisco a escritura da água]

 
arrisco a escritura da água
na carne dos dias
erguendo aquedutos nas mãos
onde a palavra é útero soberbo
e onde o fogo percorre a nova língua
quando em chamas o rio morre o sol
se deita e um cavalo acorda
a ceifa das mais breves puras sílabas



Xavier Zarco

 
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Xavier_Zarco
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Enviado por Tópico
ÔNIX
Publicado: 22/04/2010 08:04  Atualizado: 22/04/2010 08:04
Membro de honra
Usuário desde: 08/09/2009
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2683
 Re: [arrisco a escritura da água]
É sempre um dia bom, sempre que aqui venho, que me faz entrar num mundo à parte

beijos


Dolores Marques (ônix)



Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 22/04/2010 08:49  Atualizado: 22/04/2010 08:49
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: [arrisco a escritura da água]
Arrisco
que o fogo
- sempre arisco -
chama
a chama
que lavra
e deixa a água
em mágoa
sem palavra(s)...

Um abraçooo!
__abilio__

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/04/2010 11:28  Atualizado: 22/04/2010 11:28
 Re: [arrisco a escritura da água]
um belo poema, a atenção e cuidado nas palavras são trabalho de um bom relojoeiro. mas esse cuidado quase estremo dá ao conjunto um ar um tanto frio, como se o poema estivesse esculpido numa pedra antiga, pesado das metáforas. é um estilo próprio, mas é também um risco de incomunicabilidade.

pela minha parte gosto de passar tempo nestes versos e tenho acompanhado quase sempre a série [].

um abraço do

mário

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