Os dias passam como estranhos pedaços dispersos nas horas acumulativas da pressão... Parecemos imortais quando já nada sentimos,perdidos vagamos pela corrente dum sol posto. Ando por corredores de cor branca , alimento a felicidade encontrada nas prateleiras gordas da sanidade...quem espero ? Intemporal doce vaidade , olhos da loucura analisam luxurias distantes nos ventos reflectidos das sombras esquecidas , estranhos apetites e pensares num fraco corpo imóvel de sentimentos...palavras sujas nos passeios rígidos da sabedoria dominical.
Correnteza do passado...chegam a mim lembranças no interior dum muro de gelado...o meu coração palpita na escadaria surreal dos passos , leva-me para longe dor escura e fustigada vida , não quero voltar para os teus braços adormecidos.
Vozes distantes nas brisas sufocantes da fé...porque rezas na catedral da vergonha ?
Eu ouvi ecoar em mim um homem silencioso como o vento a raspar na minha face sem resposta... Céu aberto , carrega-me para um campo escondido dos sonhos...a tua voz acalma o meu espírito inocente , quero-te acompanhar mas uma parte de mim morreu como o bater duma porta solitária da manhã.
O toque da cada batida são como portões que se abrem no interior da escuridão..não tenho respostas para tudo...pois a morte nem sempre responde as minhas perguntas , sigo um caminho tradicional e espero que o sol brilhe mas uma vez nos olhos esquecidos da verdade.
"Lé-me , ó Leitor , se te agrada ler-me , porque muito raramente regressarei a este mundo."