No calor da saudade encontro um caminho,
Escuro, porém não me importo, pois sempre andei sozinho,
Nessas sombras não vejo cores,
Esse branco e preto encobre minhas dores.
E nas lágrimas vejo um ponto de saída,
Tento escapar das eternas despedidas,
Fugindo das emoções sofridas,
Que tanto ecoam em meu peito.
Um papel rasurado,
Uma carta que muitas vezes foi escrita,
E nunca foi entregue,
Deixando sempre que o tempo se encarregue.
Que se encarregue de nossas decisões,
Que mude nossas dores,
Que um daltônico possa as cores diferenciar,
E um desiludido voltar a se apaixonar.
Nesse meu mundo preto e branco,
Escondo todos os meus sonhos,
Pois desejo não cair de grandes alturas,
Quanto maior a altura, a queda será maior ainda.
Passo a noite no sereno,
Podendo ver as estrelas,
E me agarro à esperança de que posso sonhar,
Pois o sonho delas é o brilho e isso nunca as fez do céu despencar.
Tatiane Nunes Freire
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