Penso na distância que sou
Palavra humedecida
Distendo
Verso chama comigo
Versando tónico talvez
Ao longo da falésia como curva
Como lágrima
Límpida
Cabendo nua
Extravia
Pelo país dos olhos
E por ela chego-me adiante
Suspeito sublinhado foz
Teor perfura
Nela que dormes, cela
Além de tudo
Corpo capital ausente
Comungas pensante
Sucedendo verbo presente
Por horas contadas, que tempo?
Métrica distante desenhada
Vento suposto na esquadria da duna
Tempestade, filho e subjugado
Por amar, grão tombas rasgado
Gravitando no alçapão da bruma
Exsudado quimérico vago
Cedido entre dentes
Paladar cravado
Pelas paredes da gruta
Espalhado só
Respiras nessa fogueira de ecos
Amedrontando as torres
Do teu castelo de pó
«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»
Agostinho da Silva