Chorou!
Mas não revelou
a dor do core.
Ah, esta dor
que consome o corpo,
Decorou!
Mas não declamou
o esperado texto
Ah, esta dor
não estava no contexto
Tentou!
Mas não segurou
a barra no coreto
Ah, esta dor
não estava no libreto
Esperou!
Mas não aguardou
tocar a sirene
Ah, esta dor que abafa,
oprime o canto de cisne
Apagou!
Mas não ouviu,
da platéia, o lamento
Ah, esta dor que leva,
redime o sofrimento
Subiu!
Mas não ficou,
para ouvir o canto de ossanha
Ah, esta dor que se foi,
fez da morte uma façanha.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em outubro de 2005.
Arte por Peter Paul RUBENS ~ Massacre dos inocentes, 1611.