Estou desfeito,
pelos erros desgastado,
caminhar em chão de pedra
descalço, já cansado.
Levanto-me e olho a janela,
varanda que dá para tudo,
vejo um jardim, menina aquela
que senta-se no banco, de luto.
Perdeu seu amor,
chora agora um rio,
está desfeita da dor
que lhe preenche o vazio.
Então porque estou eu desfeito,
não perdi ninguem,
no meu pensamento, abro o peito,
esventro-me e procuro ser alguem.
Estou perdido,
vou parar um pouco,
sento-me, aqui onde me vês,
como um pequeno louco.