Apetece-me ficar sentada
Esperando que seja tempo
Talvez, me chames inactiva
Engano é apenas o momento
De ser indutiva
Entrei numa dormência sem sentido
No tempo que me sobra
A todas as horas lhe acrescento tempo
Por isso apetece-me ficar sentada
Como quem espera alimento
Já sei, vais dizer levanta-te
Meu amor, a cadeira não me deixa
Faz um enorme banzé
Refila e até faz queixa
Ao tempo num lamiré
Apetece-me ficar sentada
Há espera que seja tempo
De correr contra a nortada
Que gira em movimento
Brusco, em rajada desnorteada
Por isso meu amor, deixa-me
Tomou conta de mim em dolência
Um emaranhado que me tira a fé
E a cadeira é a amarra
Que me sustém além
Do tempo em que espero
Meu amor, não me olhes assim
O tempo é curto, eu sei e quero
Acrescentar-lhe por ti e por mim
Longos minutos, aqueles em que te espero.
Antónia Ruivo
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Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...