Aviso já que é grande...
O tamanho importa? Bem, depende a quem se pergunta. Se se perguntar a um homem pouco abençoado ele vai dizer que não, que o mais importante é aquilo que se faz com o dito, objecto da pergunta, mas esquece-se sempre de se classificar entre os que realmente sabem dar uso ao tópico em discussão. Porque não é liquido que quem tem grande não sabe dar uso quem tem pequeno sabe-o. Para mim pode-o ter bem pequeno e para piorar tudo não fazer a mínima ideia do que fazer com o já de si mínimo dom que receberam, coitados, apetece-me dizer.
E se perguntar a uma mulher? Também depende, primeiro da experiencia da mocinha, depois se está acompanhada e com quem está acompanhada. Porque a mulher não gosta de humilhar ninguém, e pode dar a tal resposta do importante ser o que se faz, mas se o mocinho estiver na categoria do pequenito e sem jeitinho nenhum ela vai dizer que ele compensa em carinho e tal e coisa mas sem dizer explicitamente que “o tal e coisa” a aborrece de morte e que quando está a levar com ele aproveita para rever mentalmente a mais curta visita que já fez a um shopping (tem que ser curtinha que o mocinho não dá para mais…).
Está a seguir? Ainda não passou para o(a) seguinte? Então deixe-se estar sossegada e quentinha que eu tenho mais para dar, é que a minha é das grandes.
Posto este aparte continuo para dizer que todos invejam o grande, já repararam que a maior parte dos homens dizem que o ballet é para maricas, sabem porquê? Porque ficam muito incomodados com as calcinhas de likra que os bailarinos vestem mas não, não é pela bichice da coisa, é inveja mesmo pelo chumaço que o rapazinho mostra enquanto faz aquelas piruetas que lhe dão enjoo. Inveja pura é também as mulheres que não gostam de ópera porque quando a prima-dona leva a facada e desata a gritar pelo palco num guinchar que deixa deleitado o namorado ao lado, elas sabem que ele está é de olho no arfar daquele mamalhal que quer fugir pelo decote fora. Pois é, eu sei que custa ouvir, mas é verdade, a inveja domina o mundo.
É que pode ser grande e ser bem usado, como pode ser pequeno e sem nenhum proveito, como pode ser pequeno e sumarento, também é verdade, mas quando é grande é mais um ponto a favor, é ou não é?
Ainda está aí? Está!? Que bom, como vê isto dura, eu tinha avisado que a minha crónica era das grandes e antes de chegar ao clímax gostava de lhe perguntar, porque é que só lê as coisas pequeninas? Hum? Não gosta de ballet? Não gosta de ópera? Não gostou de ler os “Miseráveis” de Victor Hugo, ou o “Guerra e paz” de Tolstoi? Ou o “Viver para contá-la” do Garcia Marquez? Não gostou ou não leu? Não gosta ou é invejosa(o)?
E por agora chega, por agora, sim que eu consigo ir à segunda e à terceira…