Poemas : 

aguentar o arado

 


Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.

Dizer-te com o peito perfurado
-uma bala que ficou
Com o sangue nos nervos assassinados
Pelos clientes da morte horas
Entregar árvores aos planetas gemidos
Correr para o óxido da morte tarde.

Hoje cavilha
Hoje vacilo com uma granada na mão
Comido nos ouvidos comidos
Pela virilha da ferida

Que outro pássaro se veste de branco
Ou casa
Neste punhal que retirou a bala
Do peito
E nele ficou eterno

Dirão
Agros homens gigantes
Da torre de marfim mais alta
Aguenta o arado meu caro rapaz
A terra
os bois mungindo arfantes
E a boca cantando por detrás de um sorriso cansado

Aguenta o arado
Dirão
Que o coração chora esta lamina



 
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Caopoeta
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Enviado por Tópico
EMontepuez
Publicado: 18/04/2010 16:57  Atualizado: 18/04/2010 16:57
Da casa!
Usuário desde: 10/04/2010
Localidade: Grande Lisboa
Mensagens: 248
 Re: aguentar o arado p/Caopoeta
Caopoeta,

Amigo das palavras e dos sentimentos.

Este poema está muito bom!

Com uma estrutura medida pelo compasso do tempo, onde as palavras ganham folgo, caminha-se, lentamente, para o destino final.

Um abraço
E. M.

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 19/04/2010 22:13  Atualizado: 19/04/2010 22:13
Colaborador
Usuário desde: 10/02/2007
Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 aguentar o arado ao caopoeta
julgava que era nela que crescia a morte, qual flor silvestre a nascer num muro, quando nem sequer é tempo de flores, nem de muros. eu sabia que nela nascia o nome de todas as coisas que eu nunca soube existir.



beijo,
mar.


p.s. excelente poema.