PERSPECTIVA
Mas, não pensem vocês que vou me entregar fácil.
Meus pés ainda coçam percursos
e estradas se insinuam e desenham os seus traçados
Volto como se estivesse indo. Vou como estivesse voltando.
E refaço o trajeto em meus pés
mapeando histórias de idas e vindas
Tudo requer seu passaporte
e pago minha passagem
por esta vida
e durmo sobre travesseiros duros
de viajar minh’alma
Olho para o horizonte
que sempre está aos meus pés
e não consigo enxergar além
de mim mesmo
-este cemitério de paixões
loucas, atrevidas -
covas fundas
que vou cavando na vida
Um canto demasiadamente humano
Arrecadei um tempo para maturar os sons e os sentidos do Humano canto, de Hideraldo Montenegro: um pernambucano, natural de Moreno, que se reconhece aprendiz no universo da poesia - seus mistérios e mistificações. Confesso que me surpreendi com a força da palavra do seu livro e não poderia ser diferente; considerando que o poeta sabe, desde sempre, que é preciso estar atento aos movimentos da vida; atento aos sinais da escrita inventiva e sua função social. Um bom exemplo reside no poema Lembranças:
Coleciono palavras antigas
e um gosto estranho pelo bordado da caminhada
dos pés estradas pontes rios
Graça Graúna
Escritora, Professora universitária
na área de Literaturas de Língua Portuguesa
e Direitos Humanos.
Nordeste do Brasil, 29 de abril de 2009
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