Hei-de escrever enquanto é tempo
Daquela Primavera que tão cedo me fugiu
Entre sonhos e labutas
Pés descalços a brincar
Até o toque das Trindades
Refrescando os suores serôdeos.
Quero escrever mas é tanto o que não lembro!
Hei-de escrever na corrida dos minutos
Dum Verão passado em sobressaltos
A lutar contra a fuga dos segundo
Perseguindo sonhos
Recebendo sorrisos
Espalhando saberes aos quatro ventos
E recebendo-os de todos, um a um.
Quero escrever mas é tanto o que não posso!
Hei-de escrever a pacatez dos dias
Deste Outono de folhas ocres
Neve nos cabelos camuflados de carvalhos
Ao cair das folhas rubras
Num frio que às vezes me arrepia
Quero escrever tanto...
Enquanto tiver o tempo...
Quero escrever mas é tanto o que me falta!
E quando chegar o Inverno dos nevões
E olhar para trás com nostalgia
Eu quero escrever com alegria
Das quatro Estações...
Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor