No crepusculo dos anjos,
tocas-te o próprio diabo,
tocas-te o próprio deus,
fizes-te vacilar corações de pedra,
desencantas-te o meu gelado coração.
nele que já moraram princesas,
que se vestiam em puro cetim,
e principes, que contra dragões conquistavam...
desencantas-te o meu coração,
quando nele já só caiam lágrimas de sangue,
e em cada anoitecer...
apercebia-me mais...
o quanto estavam estilhaçados os sentidos...
este coração, que a tantas vidas deu esperança...
agora não via esperança no seu andar...
mais tarde ou mais cedo...
a vida tería de terminar,
e quando a terra me tapasse...
talvez aí percebesse o porquê de tantas lutas perdidas...
mas vieste..
naquele crepúsculo...
tu vieste...
onde o rio tocava o mar,
apareces-te...
e os teus lábios tocaram...
amaram, sentiram, viveram...
no meu olhar...
a vida que finda...
afinal não acaba...
simplesmente...
volta-se a caminhar de um ponto de partida qualquer...
e tu...
nessa tarde...
segredas-te me muito baixinho ao ouvido...
como quem ilumina uma vela...
"CARPE DIEM..."
Alexander the Poet