Luso-Poemas
 
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todos os números.

 

. façam de conta que eu não estive cá .





mata-me. eram as árvores todas inclinadas sobre o lado esquerdo do peito, as ervas rente aos joelhos, enterradas na pele eram urtigas, ao longe os montes a impedir as paisagens, não havia horizonte para lá das mãos que não davas. mata-me. que eram os cães a latir no abandono longe, que eram as vozes do asfalto, que eram os fios da poda, que eram as sementes na terra que os pés enterravam, que era a chuva a queimar na pele. mata-me. nas vezes em que o coração te espera e os gritos são sombras de noite despertas no corpo. nas vezes em que a voz não toca a boca e o beijo espera o fim. mata-me. esta quase felicidade, quase vida, quase tudo, neste quase amor.



 
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Margarete
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Enviado por Tópico
sampaiorego
Publicado: 16/04/2010 21:04  Atualizado: 16/04/2010 21:04
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2010
Localidade: algures virado para o mar com gaivotas
Mensagens: 1147
 Re: todos os números.
o novo acordo ortográfico deveria expulsar a palavra quase - quase fico feliz. quase tenho carro. quase tenho luz. quase não tenho dores. quase escrevo. quase falo. quase imagino um dia as árvores tombarem todas para cima de mim – este quase foi inventado por um burocrata rico. cheio da vida. atulhado de dinheiro. e para cúmulo. quase se suicidou - salvou-se com a palavra e ainda hoje mata a oportunidade da felicidade

assine a petição para acabar com o quase

1. sampai(r)ego



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/04/2010 10:43  Atualizado: 17/04/2010 10:43
 Re: todos os números.
Quase. Gosto do quase. Não assino. Quase.

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