Foi naquela casa caiada
Junto ao mar,
Que começou a mais linda
História de encantar
Foi na areia dourada
Que o mar vem beijar,
Que, há muito tempo atrás, ela apareceu,
E a um pescador revelou
Toda a beleza de amar.
<br />Todos os dias sem cessar,
Brom, o pescador,
Junto ao mar vinha a sua flauta tocar
À espera do seu grande amor.
Um dia, de entre as vagas espumosas
Surgiu uma linda sereia.
Ficou tão encantada com as notas carinhosas,
Que se deixou prender pelo pescador.
À sereia não valia de nada implorar
Já não podia voltar ao mar,
De tão enfeitiçada
Pela música
Assim, foi com o pescador para a casa caiada.
Passaram-se meses mas o mar
Continuava a chamar pela sua filha perdida.
Assim, o pescador, sem outra saída,
Decidiu a casa caiada deixar.
Já numa região
Bem longe do oceano
O pescador deu o seu coração
E, com a filha do mar,
Aprendeu a amar.
Passaram-se dez longos anos…
Como uma flor a murchar,
O triste pescador
Via a sua amada adoecer.
Depois de lhe ter dado duas lindas filhas,
A sua mulher morria de saudades
Do murmúrio do oceano.
O pobre pescador tomou uma decisão:
Voltar à casa caiada
E devolver a sua amada
Ao mar, (com pesar no coração).
Quanto mais do mar
Se aproximavam
Mais os olhos febris
Da mulher brilhavam
E mais o coração dele chorava
Chegaram por fim, à casa caiada.
Com muito pesar,
Ele viu a sua amada
Partir para longe, de volta ao mar.
Até ao fim dos seus dias
O pescador continuou a ir
Até junto do mar
E tocar, tocar,
Esperando vê-la
Por entre as ondas.
Poemas originais por Tânia Oliveira (Direitos reservados)