Cada dia vivo pior.
Pois é maior o sofrer.
Mas o meu desgosto maior,
É sentir-me envelhecer.
Envelhecer a recordar.
Tudo o que já é antigo.
Ninguém vive só do ar.
E o mesmo se passa comigo.
De manhã ao acordar,
E enquanto estou deitado.
Dou comigo a recordar,
Alguns erros do passado.
Não me lembro vagamente.
Mas sim, até ao pormenor.
É como se fosse no presente,
E tivesse tudo ao redor.
Lembro caras, lembro rostos.
Todos eles desesperados.
E relembro os desgostos,
Dos que foram desprezados.
Recordações já passadas.
Mas para mim nada mudou.
Eu tenho as horas contadas.
De tudo o que já passou.
Umas boas, outras más.
Eu lembro assim que acordo.
O tempo não volta atrás.
Ms todas elas eu recordo.
E enquanto eu me destapo.
Muitas vezes já pensei.
Que desta vez não escapo,
Como da outra vez, escapei.
Porque todos temos de morrer.
E ninguém sabe, quanto resta.
Temos de aprender a viver,
A vida como uma festa.
Porque nem sempre perdura,
O facto de se ter sorte.
E o máximo que a vida dura,
É só até chegar a morte.
Ninguém por mim tem amor.
Embora eu, não seja um aborto.
E um dia, só me darão valor.
Quando eu, já estiver morto.
zeninumi 24/7/2007
zeninumi.