Numa frase que passamos à frente esperamos um sem fim de problemas e contradições, porque as tais frases embora por vezes pequenas, podem-se transformar em enormes desilusões.
E esquecida que ficou esta frase, aquela e tantas outras, agora talvez esperas e não encontras a razão nos porquês.
Passas à frente, sentaste e esperas também tu por um dia melhor, por um momento na vida ou por uma história que não acontece…
Com saltos deslumbrantes sem alegria ou tristeza, pensas outra vez que bem te fazia, que te lembrassem por uma vez, a frase que não dizias.
Queres ouvir quanto isso importa, queres obrigar a que te fechem a porta, para que te sintas livre e sem as obrigações de que convive neste mundo de traições. Essa porta não existe, esconde-se por trás de um espelho e porque tudo é triste também tu um dia saberás que esse espelho jamais existe.
São os que te olham olhos nos olhos, os únicos que te podem enganar, não hoje, não agora mas talvez um dia, por este aviso me cumprimentes.
E também eu me obrigo a ser quem sou para fugir do perigo de morrer à imagem daquilo que não sou.
Sou o que sou penso nisso e também por vezes me sento, dou comigo com os braços apoiados nas pernas de mãos na cabeça e a pensar, e penso por agora pois um dia todos vamos morrer.
Uma morte doce, sem dor bem descansada é o “todos desejamos”, mas sempre depois de uma vida desperdiçada. E porque não aproveitámos a vida preenchemo-la de dor, não de um filho parido ou de um dente arrancado, mas de um coração sentido de tanto mal e erradamente abandonado.
Que o ódio me leve em vida e que o meu sofrimento se arraste por muitos e longos anos até que um Amor não me minta e um desgosto não me abafe.
Manuel Rodrigues