[é em redor da mesa que os afectos]

Cara Alexis,
Agradeço mais este comentário.
Sobre o que perguntas, pois!, eu não sou poeta de inspiração, nem acredito em tal coisa (embora confesse que por uma única vez esta me tenha batido à porta, aquando da feitura do "Variações sobre tema de Vítor Matos e Sá: Invenção de Eros"). O meu ofício de escrita está mais ligado à investigação de pequenos pormenores. Este ciclo baseia-se sobretudo nas anotações que deram origem aos livros: "O fogo A cinza" e "O livro do regresso". Digo sobretudo porque há algumas inclusões mais recentes, uma delas descortinaste e bem: Sebastião Alba, que abrirá este ciclo / livro.
Como exemplo da forma como trabalho (naturalmente que me refiro à feitura de um livro), deixo-te aqui sucintamente, a forma como surgiu o "O guardador das águas".
A partir da observação de um homem com uma enxada às costas, que ia monte abaixo desviando o curso das águas, removendo pedras que serviam como que de açude, procurei saber que faziam as pessoas há um bom par de anos atrás: palavras, gestos, hábitos, etc.. Dessas dezenas de páginas (e foram mesmo muitas, desde conversas, recortes de jornais dos anos trinta a sessenta do século passado), saíram os vinte e poucos poemas que dão corpo ao livro. A sua grande maioria sequer tem dez versos. Isto é: após a feitura da pesquisa, após a elaboração do texto, há um processo de retirar a "gordura" dos mesmos para que o poema seja de facto o poema (para mim, claro!).
Um beijo
Xavier Zarco

mmm,"interesting".bom...todos os "caminhos" são bons,desde que o resultado o seja também.
e os propósitos "puros",acrescentaria.não pretendendo porém ser uma "moral bastard"...eheheh.
tem sido um prazer ler-te.
obrigada por partilhares(obra e método).
um previlégio isto de andar por aqui a "lusar",apesar de tudo,continuo a dizê-lo.
como em tudo ,há que saber retirar o miolo ao pão.

aprendendo,aprendendo...aqui,no meio do "turbilhão...rs.

beijo