Quando na noite,
de chuva que cai sobre a cidade
miro as gostas a descerem
serenamente na vidraça.
Quando na noite,
o piano canta lieder de Schubert
ouço tua voz na toada distante
e as gotas têm vida lá fora.
Quando na noite,
de luz de vela, de candeeiro,
ilumina meu espírito inquieto
e verte as chamas dançarinas em versos.
Quando na noite,
o sono me furta o sonho,
vejo-te sorrindo,
e uma saudade agita meu coração.
AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em dezembro de 1977.