Demónio...
vieste exorcizar os meus anjos,
vieste-me diabolicamente enlouquecer...
anseio teus beijos,
esses que dás, tiras e vorazmente arrancas...
Executas o meu coração em pelotões de fuzilamento,
Excomungas os meus sentidos,
Excomungas os meus olhares,
e fazes-me perder em fogo ardente,
num arfar de bocas,
encostadas, coladas, sugadas, perdidas,
uma na outra, uma com a outra,
em sentidos que não descrevo,
em momentos que a razão deixa de ser razão,
e a vida é mais do que um uma divindade dos céus.
Demónio...
Que tanto me atordoas,
que tanto me vicias, em momentos proibidos...
de luxuria em voos embebidos,
em perfumes de corpos sedentos,
em gemidos nunca repetidos,
químicas de palavras...
ditas e reditas ao som do vento,
químicas de olhares...
hipnotizados no infinito do olhar,
químicas dos nossos corpos...
perdidos no tempo e no espaço,
unidos...
Alexander the Poet