Poemas : 

agora. pari uma sebenta

 


não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


agora. esta meda de palavras
ordenadas parecem enfatuadas

agora. o vento sopra
katrina sem abecedário

agora. desarruma a imaginação
louco como quero ser
volto a juntar tudo de novo

agora. está sólido
como o aço
dos estaleiros de Gdansk

agora
é um castelo de palavras
em epístolas
de
desejos sórdidos

agora. pari uma sebenta
 
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sampaiorego
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 14/04/2010 00:33  Atualizado: 14/04/2010 00:33
Colaborador
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Mensagens: 7238
 Re: agora. pari uma sebenta para sampaiorego


e por tentativas,lá se vai escrevendo.li-lhe a ironia implícita a este.
é preciso é que a preocupação do efeito não seja um a priori,mais importante do que a causa,que deve ser ,aliás no mais possível desconhecida e pouco manipulada.ou que a motivação não seja:aí vai disto,"a ver se pega"(na expectativa única de agradar ao leitor).rsrsr.mas experimentar é legítimo.tudo é,quando a intenção,ou a falta dela,é (à falta de melhor palavra)"pura",genuína,independente de outras circunstancialismos,vontades e carências individuais,alheias ao que para mim deve ser a expressão escrita de cariz artístico.
não deixa de ser uma opinião.
porque me lembrei de dizer isto por aqui?porque falaste em parir.rsrsr.e a alguns textos que por aqui vejo sinceramente apetece-me dizer:puta que o pariu...
mas não a este.

beijo

alex

Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 14/04/2010 00:45  Atualizado: 14/04/2010 00:45
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Localidade:
Mensagens: 3482
 Re: agora. pari uma sebenta
eu agora paria
um sermão como o aço
às portas duma igreja gótica
de Gdansk!

excelente.

abraço

Enviado por Tópico
sampaiorego
Publicado: 15/04/2010 12:15  Atualizado: 15/04/2010 12:15
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 Re: agora. pari uma sebenta
engraçado que o teu comentário tem um pouco de verdade em cada linha de pensamento – apesar de este texto viver dentro da gaveta das minhas muitas dúvidas. com alguns meses. recordo [com apontamento pessoal de rodapé] que nada do que escrevia sobrevivia ao meu estado de espírito – para que não restem dúvidas na tua leitura [não gosto de torturar quem sacrifica a mente aos meus pavorosos textos] imagina um arroto de palavras que não te souberam bem – irei trazer muitos destes textos à compreensão dos sofridos leitores – cuidado que alguns são como cogumelos, venenosos e indigestos.

obrigado pelo comentário míssil teleguiado

beijo alexis

sampaio(r)ego

Enviado por Tópico
sampaiorego
Publicado: 15/04/2010 12:22  Atualizado: 15/04/2010 12:22
Membro de honra
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Localidade: algures virado para o mar com gaivotas
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 Re: agora. pari uma sebenta
foi esse o meu intento. fazer-me acreditar que o que escrevia. apesar de baralhado pelo tufão seria sempre de um autor – firme como aço – hoje duvido. talvez uma liga de cobre. maleável

abraço moreno

sampaio(r)ego