Não há margem que resista
À filtragem do lodo morto
Pela tenacidade das águas
Não há rédea que persista
Na paragem do veio torto
Pela caminhada das mágoas
Não há que carpir desalentos
De um tempo que acabou
Perante o restaurar de um novo
Não há vestes nem paramentos
Ou tentáculos de quem usurpou
Pela calada tirar da galinha o ovo
Estratégias enumeram-se várias
De múltiplas causas e condições
Que ninguém ousa dissipar
Margens de manobra precárias
Repletas de insatisfações
Sem meios para as contrariar
António MR Martins
2010.04.12
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...