tocaram à porta 2 vezes.à terceira,que não chegou a acontecer, uma voz gritou,em absurdo:nao estooooou!
já por isso o meu tio braulio colava o dedo à campaínha.quando a porta abria,o dedo ainda lá estava.e só segundos depois,olhos no olhos,o som estridente e contínuo abandonava o espaço.ainda o sinto nos ouvidos.e ainda tenho a estranheza provocada por aquele olhar colada à minha memória.o cumprimento que se seguia,era coerente com o restante procedimento.um beliscão no pescoço.já se sabe que, mal lhe abria a porta,levava uma mão ao pescoço,baixando o queixo e procurava ao mesmo tempo dar-lhe a face,o que era uma ginástica algo difícil,para não dizer impossível.gostava muito de ver os meus primos fazerem o mesmo.ria-me a bom perder,como se me visse ao espelho a mim e ao ridículo de toda a cena.olá "bragancinha".dizia ele a qualquer um que fosse,desde que fosse criança...e,depois do beliscão dado...lá entrava.
cruz mendes