Mágoas da vida
Desde criança
Que recordo várias lembranças
Algumas divertidas
Outras nem tanto assim
Parecia sentir-me sempre no fio da navalha
Uma luta constante pela perfeição
Lágrimas derramadas pela impossibilidade de tal objectivo
Vai a alma num vazio navio
Acusam-me de não amar
Pois minhas afeições não mostro facilmente
Mantenho um constante ar ausente
De alguém que já a mente cá não está
De alguem que abandonou a esperança
Ocupo a cabeça de pensamentos racionais
Tentanto assim nao trazer problemas tais
Ao consciente do meu ser
Agarro-me à corda da vida
Quando no fundo por um segundo gostaria de desfalecer
Soltar-me para o abismo perdida
Acusam-me meus pais de não amar
Pois afecto não me vêem revelar
Rígida, ausente sempre de sorriso presente
Assim fui ensinada a ser na pior desilusão
Enfrentar o mundo como se nada houvera acontecido
Como se fosse apenas um mero robô assim de alma desprovido
Exigem-me agora que mostre o que naturalmente já o sou para todas as almas bondosas
Que me sorriem docemente nesta vida
Mas essas almas nunca me exigiram que outra coisa eu vivesse
Que outra forma de sentir mostrasse
Podia ser eu própria sem amarras nem esperas de perfeição
Podia ser simplesmente eu
Podia viver num mundo só meu...