O CADÁVER DO AMOR
Meu amor jaz morto, ceifado por Kali,
Treva fiadeira parca, abençoada,
Devolve-me o meu amor, Valquíria,
Oh guerreira espada de sabre, ensanguentada,
Pelo beijo da Morte, noiva sedutora, noiva corrompida,
Pelos males do Submundo.
Seu corpo sem vida, no leito de marfim,
Fino brocado, tocado pelo espectro,
Chora alma minha, meu amor pereceu
Tão só o vento não lhe toca mais.
A terra não fere mais, o Sol não mais sorri,
Meu amor pereceu.
Corpo de ébano, duro como aço,
Agora caminhas para a terra do verão
Onde a terra é lava do amor,
O vinho as lágrimas dos Deuses.
Leva-me entre os teus braços rei dos Elfos,
Santo injurioso, doce pecado,
Branda carne do amor, suave veneno dos Demónios.
Leva-me espectro do amor, meu coração é farinha celestial
Desfeito por mil martelos,
Sua carne cheira a rosas, suas entranhas a mirra
Seus lábios cobertos pelo do veneno do amor.
A Deusa da Morte azul, leva-me embalada no seu regaço mais que
O cheiro do açafrão, cheira a cadáver do amor.
Aradia fortunato