Entardecia, e eu lhe estiquei minha mão,
E por um “se não” deixei-a escapar...
Assistindo a sua queda frágil no chão,
E como um vaso de flores, posse a quebrar...
~
Eu ainda bem que tentei juntar os pedaços,
Mas eram tantos os cacos, que alguns eu perdi.
Logo eu que pensava que tu fora forjada em aço,
Ao lhe ver quebrada...Quase morri...
~
Pois quebraste ao passar por minhas tolas mãos,
Que não puderam lhe dar a plena segurança...
E agora tu sangras, com os teus cacos no chão,
E eu choro com teu sorriso na minha lembrança...
~
Quisera eu puder juntar aos teus fragmentos,
Unindo até as partes reduzidas a grão.
Para reerguer-te como um belo monumento,
Mesmo que colados um a um por minhas mãos...
~
Mas deste milagre, eu desconheço...
E o meu penar...Agride a minha consciência.
Eu fui julgado por mim, dês de o começo,
E condenado antes de conhecer minha sentença...
~
As flores mais lindas nascem entre as pedras,
Dando cores para quem a eternidade não deu.
Serve-me de consolo...Mas que medra,
Em cada pedaço que de você se perdeu...
~
Fragmentos...Milhões de fragmentos perdidos,
Serás então incompleta para sempre...
Sem medida de tempo...Tempo bandido,
Que roubou um momento passado, para o presente...
~
No momento em que passaste entre minhas mãos,
Senti sua vida sendo arrancada de mim...
Pois em apenas um segundo de distração,
Vi a nossa história chegando a um fim...
~
Eu não quis falar o teu nome,
Mas não desejei que tudo fosse assim...
Porque pedras na sopa não matam a fome,
E nem uma flor solitária forma um jardim...
~
Fragmentos... E eu não quis falar o teu nome,
Eu não tive a capacidade de lhe reconstruir...
Então vejo que sua poeira com o vento some,
Some...Some...E um dia deixará de existir...
Re: Fragmentos (Eu não quis falar o teu nome)
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