nas calemas que na madrugada arrebentaram
ao custo das águas ansiosas do oceano
construí um oásis mundano
onde amparo vidas que se derrubaram
entre as ondas arrebentadas no asfalto
oiço o inacreditável chilrear dos pássaros
e o bramir dos sumptuosos carros
que ainda escondem prazeres ao alto
nos verdes das acácias que vedes
arrebentaram estradas seculares
por entre oceanos e impiedosos mares
nos quais vejo desfeitos sonhos celestes
no deserto sem camelo nem Meca
perdem-se as redes de esperança
lançadas às ondas segundo a crença
dos pescadores ávidos da caneca
as águas que outrora refrescavam
hoje levam-me a mim ao fundo do mar
para nas ostras amar
essas ondas que arrebentavam…
Escrito em 10 de Abril de 2010 em Benguela
REI MANDONGUE I
FAÇO DOS PEDAÇOS DA MINHA VIDA UM POEMA QUE RECONSTROI OS MEUS SONHOS DESFEITOS...