Por mais que queiramos o tempo
Não volta atrás nem se compadece
Com as horas que vão no vento,
Só porque o relógio incauto carece.
Quem inventou o relógio não tinha
O que fazer e criou esse empecilho,
Que nos castra a vida, lendo a linha
Da palma de nossas mãos, como linho
Que nos veste dos pés à cabeça
E nos faz estorvo de noite e de dia,
Reclamando a sua dúbia sentença.
Onde a liberdade aqui, ó rectidão,
Dos espaços vazios!, fútil cirurgia,
Que nos rouba os laços do coração.
Jorge Humberto
21/07/07