Eu vejo que daqui a alguns anos o mundo estará com um péssimo humor. As pessoas estão se afastando uma das outras, estão buscando cada vez mais uma relação superficial. Ninguém quer saber dos problemas alheios, ninguém liga pro que te aflige. Não se interessam por sua história, só o que importa é o que você é e tem agora. Só importa onde você pode ser útil agora.
Estamos cada vez mais solitários, mas não é uma solidão causada pela ausência, é uma solidão presente, as pessoas cercam e povoam a superfície do seu ser. Não querem chegar ao fundo da sua existência. Mas é mais do que simples desapego, possivelmente é algo próximo da indiferença, indiferença generalizada.
E nós sofreremos com tudo isso. Uma solidão não desejada, por fim você gritará por companhia, não importa se você é um porco antissocial agora, você gritará por alguém.
As pessoas estão se tornando ilhas, ilhas num mar de desesperança, descrença, não me refiro ao fato de desacreditar em crenças que te entalam a mente, religião, superstições ou esse tipo de coisa, me refiro a descrença nos semelhantes, as pessoas não creem no semelhante. E não é pra menos, num mundo onde pastores violam suas ovelhas, pais assassinam filhos, gente morrendo por alguns trocados, onde ser falso é cool, enganar é esperteza e mentir é moda.
Com o tempo as aflições, medos e também essa sensação de vazio irá aumentar. E o caminho de volta será mais complicado, talvez nem exista, essa é a minha visão de apocalipse, a desestruturação da sociedade.
E então, eu e você, os velhos desse novo tempo nos lembraremos de um tempo em que existiu o sentimento.
E talvez a profissão mais promissora de um futuro próximo seja mesmo psicólogo.
Escrevi enquanto estava a ouvir Avantasia - Dying for an angel.
Não espero que compreendam muito bem esse meu português, eu sou do Brasil, também não tenho o dom da escrita.
Mas como todos, tenho a capacidade de sofrer.