Por favor, permita ao menos,
com a suavidade que a brisa acaricia as rosas,
que eu, poeta dos cantos escuros da vida,
possa docemente devorar os seus lábios.
Então, o gosto amargo de minha poesia
sentirá a doce saliva através do seu olhar
a envolver-me num abraço quente e macio,
em que formas como as nossas
unificam-se no ato explícito de se amar.
São Gonçalo, 13 de abril de 2004.
Do livro Orações Licenciosas (Ou Cancioneiro Erótico).
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