Barreiro, de operários.
De fábricas, indústria.
De sacrifício e luta.
De comunismo.
Mas os tempos mudam,
As pessoas também estão diferentes,
Mais exigentes,
Mais perto da outra margem.
É tudo uma miragem,
E passam pela estátua sem olhar para o Alfredo.
Já não se mexe. Nem nós.
Dormitório sem fio de vida,
Nesta margem esquecida e gasta.
É o povo que se arrasta,
Sobre a capital madrasta,
Que oferece o que aqui se promete.
Mas o cantinho de parques e muralhas,
De jovens e mortalhas,
De copos de sangria,
De noites de alegria,
Também esse se desvanece,
Os bares fecham,
Abre-se uma boate,
Governam as discotecas de engate,
E a velha grande Vinícula.
Cresces de tamanho mas não de cidade.
Cidades têm animação.
Mas nascido aqui, és bela,
Única, e estarás sempre no meu coração.
Obrigado a tudo o que me inspira.