Razão de um viver
Mesmo que eu não te escreva nada
Nos dias de intempéries como agora,
No peito meu cada fibra entrelaçada
Doem de saudade e também chora.
Se te falta poesia, oh minha amada,
O amor em mim aumenta toda hora,
Como galáxia que se forma ordenada
Rumo ao sol que ilumina cada aurora.
Edificasse no meu peito as catedrais,
Com a glória do poder, amor e paz
E fizesse do meu ser, um ser cativo...
Pois é mister que eu seja eternamente
Fiel, ao que Deus deu-me de presente,
a fisiologia que hoje me faz vivo.
Francisco Ferreira