A brutalidade humana,
Que não tem definição.
Torna-se tão desumana,
Que até dá aflição.
Vi casos sérios na vida,
Que davam para pensar.
E que logo á partida,
Não davam para acreditar.
A realidade é bem triste.
E nela, não há ficção.
Acredita só no que viste.
Não acredites na ilusão.
É muito grande a diferença,
Da mentira para a verdade.
E só em caso de doença,
É que vês a realidade.
Tu nunca queiras passar,
Por o que eu já passei.
Pois não ias aguentar,
O que eu aguentei.
Não é que eu seja mais forte.
Ou que seja mais valente.
Eu tive foi muita sorte,
Em não acabar doente.
Nada daquilo que eu li,
Se compara á realidade.
E só tudo o que eu já vi,
É que para mim é verdade.
Tudo aquilo que eu vi,
É que é a realidade.
Pois nem sempre o que li,
Era escrito com verdade.
Meu sangue quase gelou,
E até senti arrepios.
Ver os que a fome matou,
Fez-me sentir calafrios.
Vi chacinas, vi degredos.
Vi drogas e maus ambientes.
A miséria não tem segredos,
Fiquem lá disso cientes.
Vi crianças nascidas,
Acabadas de nascer,
Que por não serem assistidas,
Acabavam por morrer.
Vi morrerem de fome,
Por não terem de comer.
Aqui, quem não tem, não come.
E cedo acaba por morrer.
Vi muita gente a sofrer,
Sem saberem os seus destinos.
E por não terem para comer,
Quase comiam os intestinos.
Vi moléstias, vi doenças.
Misérias e solidão.
Vi muitas raças e crenças.
E nunca vi compaixão.
Vi poucos homens dignos,
De o serem considerados.
Mas outros vi, bem malignos.
De tanto serem malvados.
Vi acções humanitárias,
Que não salvavam ninguém.
E que por causas bem várias,
Só enriqueciam alguém.
Vi muita gente falar,
Sem saber o que diziam.
E aqueles que por calar,
Tudo esclareciam.
Não vi muito, nem vi pouco.
Mas vi aquilo que vi.
E quase que fico louco,
Por tudo o que eu já vivi.
zeninumi 23/7/2007
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