Muitas vezes eu já pensei,
Durante este longo período.
Que da primeira vez que errei,
Eu era ainda um miúdo.
Mas apesar de eu ser criança,
Por ninguém fui perdoado.
E por toda a vizinhança,
Me senti escorraçado.
E ao ser assim tratado,
Por um erro tão banal.
Logo eu fiquei revoltado,
Para com todos em geral.
Mas a vida prosseguia,
E eu procurava viver.
E tudo aquilo que vivia,
Eu procurava entender.
O meu azar começou cedo.
Mais cedo do que devia.
O que me fez ter medo,
Das coisas que não entendia.
Até superar este receio,
Que muito a mim me marcava.
Aconteceram coisas por o meio,
Com as quais eu não contava.
Mas tudo o que aconteceu,
Serviu para me ensinar.
Aprendi a ser mais eu,
E o que a vida tem para dar.
Num passado já distante,
Começou o meu azar.
E isto foi o bastante,
Para a vida me atrasar.
Muitas vezes eu já pensei,
Enquanto ando aqui errante.
Que desta vez eu errei,
Por não ser esperto bastante.
Depositei a minha confiança,
Em alguém que não devia.
E por maldade, ou por vingança,
Tive o que não merecia.
O meu azar começou cedo,
Mais cedo, do que eu queria.
Agora vivo este enredo,
Á espera de um certo dia.
Que mais tarde, ou mais cedo,
Um dia há-de chegar.
Agora, já não tenho medo.
E o azar há-de acabar.
zeninumi 23/7/2007
zeninumi.