O mistério,
é magia, o dia nascer,
é ver erguer um império,
e não saber porquê.
Palavras para quê,
nada vou dizer, nada querer,
apenas ter fé,
fechar os olhos, vou esquecer.
Mistério, segredo,
o frio chegou,
mas é primavera, tenho medo,
a voz ainda agora se calou.
A voz que me embala,
sem dizer nada,
não a vejo, ela fala,
disse-me uma alma calada.
Mas a flor, tem cor,
tem odor, é misteriosa,
chora, sofreu qualquer dor,
leva-a ela é preguiçosa.
Respira fundo,
senta-te a ver a vida,
bebe do mundo,
um copo, antes da saida.
Medos, são segredos,
que levo comigo,
em punhos bem cerrados,
calma, um dia talvez te digo.
Segues-me numa qualquer rua,
és curioso, não me conheçes,
sou a face oculta da lua,
aquela que não vês, não esqueces.
Vem, não te percas,
nesta bela floresta,
aquela de flores em festas,
e um canto onde durmo uma sesta.
Algo à minha janela,
cantou o que não percebo,
oiço calado, melodia bela,
amanhã acordo mais cedo.
Nada mais me alegra,
que ver-te olhar,
olhar tudo, qualquer treta,
adoro o simples facto de te olhar.
É algo tão misterioso,
ver esse olhar profundo,
algo tão precioso,
ouro esse, raro neste mundo.
Abraça meu corpo,
tudo é tão escasso de magia,
meu pensar é torto,
vou-me calar, talvez um qualquer dia.
Em todas estas quadras,
imponho-me sem me conheçer,
de onde inspiro estas palavras,
ainda hoje quero tentar perceber.
O meu jardim,
de flores e arbustos,
de tantas cores, alimentam-se de mim,
e de todos os meus sustos.
Quando vejo,
almas caminhantes,
que vão para o nada, apenas desejo,
segui-las, em breves instantes.
Que bom, seguir uma caminhada,
para onde, não sei,
apenas andar, sem saber mais nada,
caminhar para um infinito, é hoje lei.
Calma em alma tua,
o mistério será desvendado,
alma em calma tua,
não penses, verás tudo mais clareado.