Numa tarde como esta
avencas e sândalos
vestem meus olhos
de tua lembrança.
Sou hera que cresce
nos teus cabelos
novelos de lã
norteando o vento.
Numa tarde como esta
sou lábios da própria
cor do carmim
ansiando o teu beijo.
Teus olhos da cor do mel
me enfeitiçam
e fazem de mim o
eterno enamorado.
Numa tarde como esta
sou a tua silhueta
subindo a rua
levando a direcção de casa.
Tua tez branco alvo
dizem de tua presença
por detrás da porta
silente e fechada.
Numa tarde como esta
deixas-me entrar
e somos dois em um
um só espaço no ar.
Jorge Humberto
04/04/10