O fim...
É madrugada...
E a chuva fina que cai lá fora
torna a noite fria.
Penso em ti, que não sei onde anda.
Sinto saudade.
Procuro-te na cama,
e o teu lado vazio me faz entender que estou só. Que acabou.
Tantas lembranças das coisas que fizemos juntos,
dos planos, das viagens,
as brincadeiras e os amigos,
fotografias,
do aconchego...
Acabou, mas não foi assim de repente.
Eu é que não percebi o começo do fim.
A ausência na presença, a insatisfação, o olhar distante...
Pensei que era fase. Estava errada.
Era o FIM.
O fim do teu amor, nossa vida a dois,
o compromisso entre um e outro.
A aliança.
O fim da brisa leve da nossa casa,
dos passos de dança da felicidade
de um amor que não se explica, só se vive.
Foste!
E indo, levaste tudo!Até meu chão.
Levaste o centro do meu ser.
E todas as coisas que me deste,
arrancaste de mim, uma a uma...
Não me olhaste nos olhos,
não viste a dimensão do meu sofrer.
E agora o que faço com esta dor?
Não sei caminhar sozinha, sem teus abraços,
teus beijos, tua voz, o teu amor.
Sem teus olhos, meus dois sóis, em cada amanhecer.
Desaprendi, por culpa tua, por muito te amar.
Estou me desfazendo,
apagando...
Lourdes Braga Fracalossi