DEUSA DOS VASTOS PRADOS
Senhora do corcel de ouro,
Verdes e românticas como andorinhas primaveris,
Andaluza dos olhos pardos,
Perene e cheia de vida.
Quem diria que serias minha um dia
Perfeita sereia do norte,
Fiadeira dos trapos das parcas
Mão do destino tão gélido como os ventos do Norte,
A quem amas tu senhora lunar e amante?
Corrompida pela vida, destruída pela morte fortuita
Serena como o lago, maça e folha da arvore entanda,
Frágil lírio do sol, abençoada ventos turqueses
A quem amas tu senhora minha
Vossa língua e do ouro mais fino,
Da vastidão de Júpiter,
Encanta com vossa voz, perecem todos os lírios,
Por amor e por desdém lavas e cogumelos,
Das orbitas de tais perversas mulheres saltaram,
E se perderam num mar de lágrimas enevoado.
Tecida pelas teias da vida, marinheira das águas insalubres,
Senhora do desconhecido, mãe dos Anjos,
Senhora dos verdes prados,
Alma encantada, jovial e sadia.
Senhora dos odores primaveris,
Deusa das colheitas, abençoada seja a vossa beleza,
Que tudo leva, tudo traga.
Verdes como esmeraldas eram vossos vestidos,
Cobertas de folhas ouro, teias de prata
Tecidos pelos ventos de Iansã.
Cavaleira temida, sagaz com a vida.
Branda rainha, amante singular,
Nobre dama escolhida pelo destino
A anciã dos velhos tempos já morreu,
A jovem pereceu, a crueldade minou,
O que o coração tão vasto amou.
Os ventos sussurram Leroim, Leroim, Leroim,
Graciosa, abençoada, divina, consagrada,
Que vida, feiticeira sagrada tinhas,
Consagrada, ao desdém do nobre espectro,
O que era belo já morreu!
A noite já pereceu, o galo já cantou
E este homem já amou a senhora dos verdes prados,
E a todos desarmou,
Como ventos de Afrodite, quentes flores de flora,
Negros prados de Ceridwen,
A todos a morte já tragou.
Aradia fortunato