ASAS II
Autor: Carlos Henrique Rangel
Eu continuo
Batendo as asas...
Bato as asas
E a brisa
Que produzo
Refresca os seres
Que vejo
E os que não...
No frio
Mudo de penas
Desprendendo
Pelos caminhos
Leves plumas brancas.
Há quem
Colecione
Essa fugidias
Lembranças de vôos...
Outros não ligam...
Pisam...
Eu continuo
Batendo as asas
Em vôos rasantes...
Há quem sorri
Das acrobacias aéreas.
Minhas asas
São inquietas
Á noite
E eu continuo
Com vôos noturnos...
(Incomodam-me
Na cama... )
ASAS III
Autor: Carlos Henrique Rangel
De novo
Minhas asas
Me despertaram
O sono...
Não sei
Quantos vôos
São necessários para fazer
Um anjo...
Nem sei se quero...
Apenas abro os olhos
E as asas na escuridão...
Vejo outros seres alados
Na madrugada
E nossas asas se tocam
Com delicadeza...
As cores...
São tantas...
Mensagens são ditas
Repetidas
Digeridas
Traduzidas...
O vento da noite
Facilita o vôo...
Como é clara
A escuridão da noite...
Minhas asas
São bailarinas
E dançam silenciosas
As músicas do mundo.
Bato as asas
E visito as intimidades.
Minhas asas
Me incomodam na cama...