Contos :
AS FÉRIAS DA MINHA INFÂNCIA!
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(Conto Cotidiano)
Nascida no interior, menina muitíssimo tímida... Desde criança, sempre fui muito apegada a minha mãe. O meu pai era caminhoneiro e pouco, ficava em casa.
Lembro de um verão, que ficou registrado em minha memória de criança e até hoje permanece, vindo sempre em flashes, me alegrar e me conduzir ao saudosismo.
Papai alugou uma casa na praia de São José da Coroa Grande – litoral de Pernambuco –, e nós, alegremente, colocamos o necessário no caminhão, para àquelas férias – inesquecíveis –, eu era tão pequenina...
Não lembro bem a minha idade na época, se quatro ou cinco anos, o certo, é que há coisas que marcam a nossa vida para sempre, e muitas vezes, são coisas tão simples... Porém, sem que possamos saber o porquê, ao longo dos anos se tornam tão especiais em nossas vidas...
Ah! Eu jamais me esqueci dessas férias; daquela viagem... em cima do caminhão; a casa de praia, com um grande alpendre em seu redor; a grande trepadeira de beleza infinda, que naturalmente, emoldurava o portão de entrada. Cheia de flores brancas..., alegremente eu as colhia e as unia, umas as outras, criando lindos colares havaianos...
Logo abaixo da trepadeira, tinha um banco feito do tronco de um coqueiro, que com certeza, tinha tombado, vencido pela idade... Tão lindo! Na sua simplicidade..., como jamais pude encontrar em nenhum outro, mesmo que feitos com cuidados esmerados e acabamentos em verniz, dando-lhes brilho e perfeição, colocados a venda, nas grandes lojas, e casas da cidade.
Papai nos deixou, lá por três meses...
Precisava viajar sempre..., só podíamos vê-lo, quando de regresso, das longas viagens em seu grande caminhão. Ele tinha que trabalhar duro, para pagar as prestações do mesmo – um Dodge –, novinho em folha ... Assim, ficávamos com a minha mãe, ansiosamente esperando a volta do papai, que voltava sempre... E hoje, não mais!
Ficou a lembrança de um tempo feliz que, não voltará. Tal qual, às águas do rio Una, que passava por trás do quintal da minha casa e que, tantas vezes eu observava o escorrer das suas águas, levando tudo quanto nele era lançado... Sem volta!... Tal qual, o meu pai...
EstherRogessi,Conto Cotidiano:As Férias da Minha Infância.Categoria:Narrativa.05/04/10
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