Prosas Poéticas : 

ODE A SÃO JOÃO D'EL-REY

 
ODE A SÃO JOÃO DEL-REY ODE A SÃO JOÃO DEL-REY



Em ruas estreitas e ziguezagueadas encontram-se os meus pensamentos:

alçam voos incomensuráveis,

transpassam a opacidade fugaz das coisas

materialistas,

atingem o infindável!
alçam voos incomensuráveis,

transpassam a opacidade fugaz das coisas

materialistas,

atingem o infindável!


Transmuto-me, filtrando a matéria em energia fluídica – posso então deslocar-me com facilidade por todos os recantos - envolver-me num invólucro de encantos...

Mesclo alegria e ansiedade,

dirigindo um olhar à Rua Direita,

outro à Ponte da Cadeia e...

num relance o Beco do Cotovelo...


Há a sensação de bem-estar no Tijuco!
[center]Mesclo alegria e ansiedade,


Compasso meus passos aos sons dos sinos,
harmonizo os ventos que uivam por entre as palmeiras e o balançar de meus cabelos...

Passo meus passos com carinho sobre a Terra-Mãe;
cuido para que sua face não seja arranhada ou maculada...



Oh saudades de minha Del-Rey!



Vislumbro em minhas mais secretas e íntimas reminiscências, suas noites aureoladas por lampiões seresteiros que coreografam o momento-passado com o presente-menino.



[b]Oh santas Raízes Culturais...



Oh São João...



Del-Rey...



Del - Presidente!
[center][b]


Quero ver e sentir a verve de seus folguedos e folclores sempre vingarem ante tudo e todos,
que por maléfica malícia intentarem contra as suas mais sagradas tradições.



Quero sempre vê-la em Majestade!



Que fique registrado agora, em cartório de foro íntimo, que o meu corpo será entregue eternamente a você.



E que de sua harpa, esculpida em jardins acordoados pelas palmeiras barrocas de São Francisco,os ventos espalhem por todos os cantos a sua imortal sinfonia para que eu possa – seja aonde eu estiver – ca(o)ntá-la ao mundo e sentir sua presença indelével num arrepio de emoção e alegria sublimadas a percorrerem o meu corpo.



E que eu seja suficientemente capaz de transmitir sempre a minha identidade a tal ponto que ela se confunda com a sua, tal qual faz um filho à sua sempre imortal mãe...

 
Autor
"FERNANBAS"
 
Texto
Data
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1956
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