Quando meus olhos se abriram ao mundo,
e captaram da luz, a refração,
numa fração milésima de segundo,
eu já estava caindo em tentação.
Nascia comigo o desejo profundo,
no olhar, no sexo, na boca, na mão,
de haurir o prazer desse mundo imundo
e ter o pecado por religião.
Sendo avesso às regras e preceitos,
perante o fariseu puro e “perfeito”,
ouso cuspir no livro “salvação”.
Quando um dia cerrarem os olhos meus,
será somente o tenebroso Deus,
o ser pra quem eu negarei perdão...