A você que me apareceu
em um sonho de amor e ilusão,
A você cuja poesia renasceu
os mais ternos sentimentos de paixão,
A você dedico mais que uma canção,
algo divino que nunca ousarei escrever,
Hoje você está longe,
nem meu triste aceno me leva a ti,
Oh, que distância nos separa e, porquê?
O mar está sereno,
garças brancas ao largo
Tudo é tranquilo,
na tarde de inverno,
Suave é a brisa,
a tocar o coração vazio,
cujo amor perdeu-se no labirinto
de um adeus de estação rodoviária
Vagas são as imagens das lembranças
e a poesia toma conta dos quadros
que a memória guarda em flashes
tirando a poeira das fotos...
Tudo que é marcante,
fica como registro indelével,
sussurro de uma fonte
murmúrio quase inaudível...
Como o silêncio que traduz
essa vida que percorre
cada maré vazante
nas criaturas que buscam a luz...
Esta mesma luz que tinge o horizonte
o crepúsculo, a alma do poeta acende
e ressurge na lua crescente
no amor de eternos enamorados no poente...
O que a distância pode representar,
quando a natureza vem a conspirar,
para realizar o encontro de almas
na completude do amor nas tardes calmas...
AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em agosto de 1975, revisitado em março de 2010.