Vendi a alma por duas moedas e meia...
Não a um qualquer idiota de gravatinha
Ou a um faustoso impregnado de fastio.
Vendi-a a todas as letras que degluto,
À vida que levo roída de inveja e luto
Entregue aos vossos olhares de desafio,
À caneta que desliza em mim, mesquinha
Na pele gasta ensanguentada por sua veia.
Troquei o ar nefasto do campo pela cegueira,
Pelo odor pestilento que outrora me consumiu
Envolto em névoas, sob os corvos aqui poisados.
O brilho negro das estrelas guia meus passos
O vento balbucia meu nome em pequenos espaços
No calor sexual de dois amantes entrelaçados.
Sete sóis aclaram o dia lento, nunca se viu,
A terra treme como louca vida nesta fogueira.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma