Tem dias que me encolho
Fujo do olho do furacão
Colho nuvens alvas
Sou alvo da bela bala perdida
Escolho palavras maduras
Faço um molho agridoce
E tempero minhas rimas loucas
Minhas têmporas ardem e suam
Soam ecos do fundo do meu ser
E covarde me invade o vazio
Perco a linha do horizonte
Na plenitude do deserto
E na inquietude do que me vem
Sonho-te entre versos coloridos
E sinto quanto é perverso o querer
Porém, já não choro, nem soluço
Porque a tristeza não é solução
Quando o silêncio fala mais alto
Desço do salto e me escondo na ilusão