Poemas -> Religião : 

A Via Dolorosa - Parte II: As estações (AjAraujo)

 
Tags:  AjAraujo    o poeta humanista.  
 
Open in new window

1ª. Estação: Jesus é condenado à morte.
Jesus Cristo, após ser coroado com espinhos e cruelmente açoitado, é levado pela 2ª vez à presença de Pôncio Pilatos que, por instigação dos judeus, liberta a Barrabás e O condena à morte. E Jesus submete-se à condenação dos homens para nos provar o seu amor, e livrar-nos do Inferno.

Pilatos pede bacia com água
e lava as mãos diante
da multidão impaciente
e assim se declara:

"Estou inocente do sangue deste homem,
A responsabilidade agora é do povo".
Depois de mandar açoitar Jesus,
entregou-o para ser crucificado.

2ª. Estação: Jesus carrega sua cruz.
Jesus Cristo é tratado com desprezo pelos algozes romanos, que O obrigam a levar a pesada cruz em suas costas já feridas pelas chagas vivas dos açoites. A cruz da salvação, em que será crucificado para redenção de nossos pecados.

Jesus apoia sobre os ombros
a pesada cruz de madeira,
feita de carvalho
e se dirige ao Calvário!

A Cruz simbolizava para a época,
um antigo instrumento de suplício,
que era usado para executar
indivíduos condenados à morte.

3ª. Estação - Jesus cai pela primeira vez.
Jesus Cristo é arrastado e empurrado pelos algozes, cai sobre o peso da Cruz, e fere os joelhos nas pedras do caminho.

Jesus Cristo caminha cansado e abatido,
envergado sob o peso da cruz.
Seu corpo está coberto de sangue,
Suas forças esmorecem e Ele cai.

Com chicotes, os soldados
- que Lhe escoltavam -
forçaram-no a levantar-se,
E a seguir sua via dolorosa.

4ª. Estação - Jesus encontra Maria, sua mãe.
Jesus Cristo é cercado e pisoteado por Seus algozes, encontra Sua Mãe Maria, que, num impulso de amor e dor, corre para Ele entre a multidão, que cruelmente O escarnece, e se regozija com o sofrimento da terna Mãe e do Seu carinhoso Filho.

Mãe e filho se abraçam,
em meio à cena de dor.
Eles tudo partilharam
Até o sofrimento da cruz.

Sua união era tão intimamente perfeita,
que não tinham necessidade de falar,
pois a verdadeira expressão de serenidade
Residia nos seus sofridos corações.

5ª. Estação - Jesus recebe ajuda de Simão para carregar a cruz.
Jesus Cristo se verga sob o peso da cruz e atormenta-se com as dores das chagas abertas em seu ombro. Mal se mexe, já não pode caminhar, e os algozes temendo que morra antes de ser crucificado, intimam Simão Cireneu a que O ajude.

Simão de Cireneu, que vinha passando
foi obrigado pelos soldados romanos,
Ajudar Jesus a carregar a cruz.
Jesus tinha que ficar vivo até a crucifixão.

6ª. Estação: Verônica enxuga a face de Jesus.
Jesus Cristo deixa o seu retrato estampado no véu, que uma caridosa mulher lhe oferecera para limpar, o rosto do suor e sangue que Lhe embaçava a visão.

Uma mulher que assistia à passagem de Jesus,
Decide limpar a sua face tingida de sangue.
O pano usado por Verônica ficou gravado
Com a imagem do rosto de Cristo.

7ª. Estação: Jesus cai pela segunda vez.
Jesus Cristo exausto e atordoado pela algazarra da multidão que Lhe insulta e escarra no rosto, desfalece e cai por terra. Seus algozes impacientes por chegarem ao Calvário, violentamente levantam-No, desferindo-Lhe murros e pontapés.

Jesus Cristo já sabia
que iria padecer a dor
imposta por cruel sofrimento.
Seu espírito estava preparado,

Contudo, seu corpo estava cansado,
Muito abatido e, quase sem forças.
Ele caminhava com dificuldade
e mais uma vez tropeçou e caiu.

8ª. Estação - Jesus fala às mulheres de Jerusalém.
Jesus Cristo esquece as Suas dores para se compadecer das piedosas mulheres, que por Ele choram e lhes diz "Filhas de Jerusalém, não chorais sobre mim, chorai sobre vós mesmas e sobre os vossos filhos".

Já próximo do Monte Calvário,
Jesus deixa de lado a sua imensa dor,
E abre o coração e consolar as mulheres,
que chorando, lamentavam o seu sofrimento.

9a. Estação - Jesus cai pela terceira vez.
Jesus Cristo chega ao Calvário banhado em sangue, e mais morto que vivo, não podendo aguentar de pé os empurrões e pancadas que Lhe são desferidos pelos Seus algozes, cai desamparado e chega a tocar a terra com seus lábios.

Aproxima-se o fim da Via Crucis,
Com a 3ª e última queda de Jesus.
Cristo chega ao Calvário, tem sede,
Mas lhe oferecem vinho misturado com fel.

10ª. Estação - Jesus é despojado de suas vestes.
Jesus Cristo é despojado, de forma cruel, de Suas vestes pegadas ás feridas, que novamente sangram, fazendo-O tremer com dores.

Os soldados tomaram-Lhe as vestes
e as sortearam entre eles,
cumprindo assim, as antigas profecias
que descreviam esse episódio.

11ª. Estação - Jesus é pregado na cruz.
Jesus Cristo é pregado na Cruz, de modo tão bárbaro, que seus ossos são deslocados. Enquanto Maria Santíssima, com o coração despedaçado de dor, ouve as pancadas dos martelos que enterram os cravos, nas mãos e pés do Seu amado filho, nada Lhe podendo valer.
Jesus é crucificado! Com coroa de espinhos
na cabeça e cravos de ferro lhe atravessam
as carnes, dilacerando suas mãos e pés,
Seu sangue escorre, lava nossos pecados.

A cruz é erguida, e o Cristo fica suspenso
entre o céu e a terra; entre Gestas e Dimas,
Um dos ladrões estará com Ele no paraíso
Agora, ele está definitivamente pregado à cruz.

12ª. Estação - Jesus morre na Cruz.
Jesus Cristo é erguido na Cruz e exposto, entre dois ladrões ao escárnio e insultos da multidão, até exalar seu último suspiro.

Com o Sol eclipsado, Jesus gritou do alto da cruz:
"Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito.
Agora, estou contigo".
Reclinou a cabeça e morreu.

13ª. Estação - Jesus é retirado da Cruz.
Jesus Cristo é despregado da Cruz pelos Seus amigos, e depositado no regaço de Sua Mãe, tomada em lágrimas, beija e abraça o Sagrado corpo de Seu Filho, denegrido de pancadas, coberto de feridas tão profundas, que expõem os ossos.

Com licença de Pilatos, José de Arimatéia e Nicodemos
Prepararam lençol de linho branco e tiras de pano,
e retiraram o corpo santo de Jesus da cruz.
Maria, sua mãe, Lhe acolheu em seus braços.

14ª. Estação: Jesus é colocado no sepulcro.
O corpo de Jesus Cristo é colocado no sepulcro, e Maria Santíssima mais do que nunca desolada e angustiada, em triste solidão.

José de Arimatéia, Nicodemos e alguns apóstolos
Envolveram-no com um lençol de linho e o deitaram-no
Em uma saliência na rocha em forma de cama.
Então fecharam a entrada com uma grande rocha.

15ª. Estação: A Ressurreição.
No domingo, as mulheres que foram ao túmulo
com surpresa, encontraram-no vazio,
Viram dois homens com vestes claras e brilhantes
que lhes perguntaram:

"Por que procuram entre os mortos,
quem está vivo?
Ele não está aqui, mas ressuscitou".

AjAraújo, o poeta humanista, refletindo sobre a Via Crucis de Jesus, escrito em março de 2010.

Pintura: Sandro Botticelli (1445-1510): Lamentação sobre a morte de Cristo.
 
Autor
AjAraujo
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1738
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.